quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Próxima estação.

Em pé, ao lado do banco, pensando na combinação engraçada entre as cores marrom e azul. É, estava no metrô. E ela entrou, uma menina pequena. Ia pedir dinheiro. Na cabecinha um cabelo desarrumado, que não pedia um pente , pedia um cafuné. Parecia fazer de seu trabalho sua diversão. E era. Quando eu era pequena, era realmente uma diversão essa máquina gigante , porque era raro, claro. Andar de metrô para mim, era qualquer coisa de legal, qualquer coisa de brincadeira. Mas aquela menina me incomodava. Que diversão existia em entregar balas baratas e um papel que ela nem entendia o que estava escrito? Eu não entendia, mas sofria. Discretamente. A minha diversão seria conseguir, naquele momento, ser a pior cega. A menina sentou no banco azul. Ironia. Parecia estar cansada de sua diversão. Ironia. As moedas em sua mãozinha pesavam. Ironia. Eu desço na Praça da árvore e ela desce quando todas as balinhas acabarem. Ironia.