sábado, 5 de novembro de 2016

Barulhinho bom

Ecoa você no que me tornei.

Respinga ainda o tambor de casablanca, a vitrola de beltrão, alguns acordes da guitarra vermelha de sonoridade amiga. Rio imaginando quantas vezes ainda lembrarei de tudo que amei, de tudo que doeu. Quantas vezes esmiuçando passados, resolverei mistérios do que talvez nunca foi. Eu lembro de tudo, às vezes toca aquela música e sorrio sozinho, lembro das suas cores e dos nossos encontros. Você continua aqui, mas em pretérito recorte. Então, se for naquele cenário, te deixo ficar. Que de todas as coisas desgostosas já estou abrindo mão, abrindo espaço no coração pra viver melhor. Há grande beleza nisso de ficar sendo parte do outro, de habitar desarmado memórias.

É tudo que resta de mais bonito do fim.