sábado, 8 de setembro de 2012

Sem título

Desentrelaçando da família.
Beijando na testa os amigos.
Soltando das mãos dos amores.
Não volto logo!
Muitos cobrem os olhos
com as pretensas lentes insulfilmadas
para disfarçar a dor.
Não cubro!
Se são eles que desafogam o coração,
deixo-os livres...
O silêncio dos meus daqui, estará sempre ao pé do ouvido.
Não duvido!

sábado, 9 de junho de 2012

Casulo

Bem agora não cobra nada, eu te peço. Deixa meu silêncio em paz, sem cobrar que eu apareça, aparências, nem lembranças. Não cobra! Juro, ninguém morreu, nem é depressão, nem tanta tristeza que não consiga dividir... Não, não ando pensando naquele amor - esse sim já se foi. Nem tenho que estar pedindo sempre socorro – não ache que isso já é um sinal. Do meu cansaço, do meu desinteresse, nasceu o que eu precisava e nem sabia. Que o que ocorre é que eu primeiro preciso respeitar o que se passa aqui e depois só depois de tudo arranjado, depois de tudo sorrisos, aí eu me recordo das datas, das mensagens, depois eu lembro do que todo mundo quer que eu lembre - por convenção - com vontade. Nesses momentos o que acontece é só sobre respeitar o meu tempo, entende? Não tem que existir uma doença, não tem que existir um aborrecimento, é vontade mesmo, entende. Desejamos tantas coisas diversas, aceite isso. Não há com que se preocupar, não há o que julgar, nem o que conversar com os outros sobre como as pessoas querem viver só para passar o tempo. Tô sendo sincero, só que mais comigo que com outros e gostando tanto... Você já fez isso, hein? Você já tentou respeitar o que quis sempre? Olha que é surpreendente, parece que isso é enfim ser livre ou algo parecido com isso de ser livre, isso deve ser bem próximo. Todo resto, esse barulho todo, do que as pessoas por aí deixam escapar de propósito, de como elas falam do que não sabem, todo esse resto é perda, essas pessoas poderiam estar se respeitando mais, que você poderia se respeitar mais. Enquanto isso eu vou sumindo e me encontrando, mas não estou doente, só estou bem.

sábado, 24 de março de 2012

Souvenir

Se eu acordo esboçando saudade, a culpa é minha? Se eu acordo exalando a falta de quem quer que seja, a culpa é de quem quer que seja? Não vou maldizer a vida que nos encaminha para caminhos cubistas e a gente se perde e se afasta, inevitavelmente. Não vou maldizer, perderia muito tempo... Mas afrontarei a vida e essa mania de fazer ficar longe pessoas que a gente queria sempre de mãos dadas, sempre a um chamado. Farei isso lembrando muito, com extrema força e empenho. Lembrarei tanto que o acaso vai se sentir na obrigação de promover encontros. Lembrarei tanto que chamarei telepaticamente. Prometo! Vou me lembrar durante o café solitário e no ônibus do meio-dia. Vou me lembrar naquele lugar cheio, no momento em que ninguém estiver se dirigindo a mim na roda de conversa e vou me lembrar quando for recapitular à noite o dia inteiro no travesseiro, vou me lembrar que lembrei. Promessa! E quero que chegue a vocês meu pensamento, como aquela brisa da tarde que surpreende quando a gente abre a janela e acaricia, sabe? Vai chegar como um alívio de qualquer preocupação, uma música de fundo que tranquiliza. E se a vida demorar para nos juntar, vou lembrar com uma vontade tão grande e dolorosa de tanta saudade que há de chegar meu pensamento aí onde estiverem como o laço do abraço, daqueles bem apertados e afetuosos, daqueles que às vezes a gente não contém as lágrimas, dos que a gente não soltaria nunca, pra mostrar que a gente não aceita a separação injusta que a vida impõe, mas se conforma. Se o afastamento é inevitável, coisa certa...O esquecimento inexiste - coisa certa!

sábado, 28 de janeiro de 2012

Carta para meu bom amigo

Quando chega notícia ruim para um bom amigo a gente já sabe, o dia anuncia um cinza muito bruto pintado à mão e uma chuva que cai como se fosse a dor de todos que sofrem. Notícia ruim para um bom amigo a gente prefere que seja nossa para que o amigo não tenha que abrir mão da sua luz nem um minuto que seja, porque essa luz ilumina muita gente. Não boto mais fé em quem manda notícia ruim para amigo bom porque aí fica sendo uma tristeza conjunta e lenta que só acaba quando volta a luz que é dele mesmo. O amigo bom, um bom amigo de verdade, quando tá feliz essa é a primavera mais justa! Meu bom amigo, que a consequência do recebimento da notícia dure o tempo de uma lágrima porque esse é o tempo que você, que é um bom amigo, merece ter, sendo qualquer outro momento de felicidade e só.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Do contra

Sou contra você omisso
você contra-ação
você pró-horror.
Sou contra você que sabe ler
e não se levanta, que entende
mas se cansa.
Sou contra você quando não há
luta só labuta e contra você
que vomita e nem digere.
Sou contra você que dita a regra dura
e veste a armadura.
Sou contra você que me fere
e se orgulha.
Sou contra você que me cala!
Sou contra
seus canais e suas cores
seus jornais e suas flores
suas armas e nossas dores.