sábado, 20 de fevereiro de 2010

Mãezinha

Não há de sofrer a mãezinha,
das mãos que tudo cura,
das mãos de veludo.

Se quiserem me trair, que traiam!
Mas não a mãezinha,
porque a mãezinha tem que se
pegar no colo e cantar canções de ninar,
para que durma o sono justo de
tantas noites mal dormidas.

Se quiserem todas as infelicidades,
todas as injustiças, que as tenham que
as cometam!
Mas não façam mal a mãezinha.
Porque a mãezinha quando chora
- por cumplicidade e lealdade -
a natureza chora chuva forte.

Se quiserem gritar, que gritem!
Mas jamais com a mãezinha,
porque a mãezinha é anjo caido
que não reclama.

A mãezinha é diminutivo na palavra,
mas aumentativo na vida de todos
seus filhos. Das figuras é hipérbole!

Eu, dos filhos o mais egoísta,
creio que pecado é mãezinha recuperar
as asas e voar para longe...

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Universotário

Na universidade , antro de conhecimento, já não se conhece mais nada. Eu, comunista moderno, leio Marx e bebo cervejas às custas do meu pai - que outrora foi comunista. " Filho de peixe , peixinho é". Eu só não apanhei na ditadura. Sabe como é , né? Os tempos mudaram... Hipocrisia é querer salvar o mundo. Moro de frente para o metrô, na minha linda Avenida Paulista , mas vou de Jipe para aula. O transporte público não anda bem. Mais tarde no bar, em plena quarta-feira, enquanto sóbrios, conversamos sobre boa literatura e boa música. E por falar nisso, hoje na balada terá música brasileira : Chico, Caetano, Novos Baianos... Novíssimos. Para entrar e sorrir 30 reais. Justo! Lá dentro, vale uma breve descrição, as meninas: unhas vermelhas, vestidos e uma flor no cabelo. Os meninos: xadrez e havaianas. Mas sabe que há muita coerência nisso tudo, lógico! Afinal de contas o pseudointelectualismo está em alta.