quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Despedida


Qual a graça do sal da praia colando na pele
debaixo do sol se depois não tem seu abrigo
para desfrutar desse cansaço bom de mar.

O seu feijão já era comentado muito antes
de eu dar as caras por essas bandas, diziam 
de um tempero sem igual, ele também se foi.

O trajeto não regular, mas feliz, era feito por 
você, pra te ver. Mas agora fez um outro trajeto
mais difícil de ir.

Minha pretinha dos cabelos brancos, o silêncio
se instaurou definitivo, mas eu ainda posso te ouvir,
Sempre fui de contestar, então em mim, aqui dentro,
continua, porque tudo é uma questão de fechar
forte os olhos e lembrar.

Faz já falta toda essa força de quem mora perto de Iemanjá. 

Mas, agora, dorme vozinha,
descansa.
Que a saudade amansa
um dia.

terça-feira, 30 de setembro de 2014

Conclusão

Faz tempo a poesia saiu de mim.
Foi-se embora. Disse não volta.
Nem tchau deu. Das solidões todas,
essa me dói. Mas não, ela brinca.
Que escrever da ausência dela já
é se derramar. Que escrever do não
ter é sim ter no fundo da gente.
Que poesia é igual amor.