domingo, 8 de agosto de 2010

Advérbio de modo

Diariamente verifico se o mesmo encontra-se parado em mim. E sim! É sempre o mesmo despertador com o mesmo sono teimoso que avança. Sempre o mesmo atraso. O mesmo metrô cheio. Inevitavelmente o inferno na Paraíso. Pro Rio Pequeno, a mesma fila grande. O sol batendo do lado direito, mas eu vou do esquerdo. E corajosamente sigo viagem, tentando alertar o motorista, telepaticamente , que ele leva carga viva. E é sempre a mesma coisa. A loja indiana, o loja pra cachorro, o sebo, banco, banco, banco, repetidamente...Muito cansaço, constantemente. Me consola saber que seria pior se fosse horário de pico. Aí tem a escola infantil, a escola de música, a academia - 3 meses grátis - e as árvores quebrando o paradigma urbano, felizmente. A praça panamericana e o vendedor de balas sorridente. Logo a frente o rio que, raramente, tem seu odor disfarçado por algum perfume ruim, igualmente. Antes do destino final tem a Alvarenga do pazverde. E pronto, chego. Dificilmente algo muda. Dificilmente alguma novidade. O mesmo dia longo se estende. E eu certamente sei que a minha mesmice consiste em ter como motivo da insônia recorrente o desejo de mudança, ironicamente.