quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Malandro

Eu não quero gastar meu latim , mas me perguntaram o que é samba e não resisti. " O samba é o que dá pra carregar, ué. " Eu disse. Se faz com pouco. O batuque no fósforo acende o fogarel da rapaziada. Ah o pagode! Falo do pagode, a roda, não o moderno, banalizado... A saudade da roda é o que me mata. Para ser samba puro, não basta nariz escuro, ausência de queixo ou muita ciência. Não basta ser vila, viola, cuíca ou cavaquinho. Para ser samba todo, tem que decifrar a poesia do boemio torto. Tem que entender a malícia do olhar pequeno. Tem que tirar do velho chapéu a poeira da mocidade alegre. Tem que ser nostálgico e tem que ser sorriso. Sim, tem que ser feliz! Enfim, o verdadeiro sambista, meu amigo, sabe que a tristeza é bonita porque dá samba no fim.

4 comentários:

Daiane Lima disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Daiane Lima disse...

Gostou mesmo da prosa, hein Âmala.

Beijos.

Unknown disse...

Querida Âmala, eu amei, que coisa linda esse texto!
Parabéns, sempre, pelo talento.
Besooo

Bruno disse...

"Quem não gosta de samba, bom sujeito não é, ou é ruim da cabeça ou doente do pé".

Quanta sambosidade!
Mais saudações Hermana.