sábado, 29 de maio de 2010

De esquerda

Meu estômago está em greve geral. Já faz tempo que ele reivindica frutas e saladas. E eu respondo com as balas e a violência dos gases dos refrigerantes. Respondo com a truculência do café. Ele responde com piquetes aos meus banquetes. E agora parou de funcionar e sem ele as coisas ficam complicadas. O pior é que ele tem um grande poder de persuasão sobre o resto do organismo, todos legitimam suas assembleias. Todo dia há uma paralisação. Eu, como reitora de mim, calo o barulho das dores com pequenas bombas, os remédios. Mas meu estômago não para de reclamar! Ele é forte e sabe da importância do seu movimento. Ele sabe que todos os protestos me comprometem. Por isso, e só por isso, tentarei um acordo amigável. Preciso da colaboração de todos aqui dentro, para dar credibilidade a minha (di)gestão. Preciso ter uma boa reputação.

2 comentários:

Unknown disse...

Ain, é bem por aí... pensando aqui, nunca chego à conclusão de que ou pra quem serve a tal da greve...

Li disse...

Geralmente cortar o mal pela raíz é o melhor caminho...sugiro que vc atenda as reivindicações do seu estomago, hehehehehe